Os sete pecados capitais - parte 2 - inveja
Sobre a inveja e o seu avesso: do egoísmo à compaixão
A inveja é aquele sentimento que todo mundo sabe que tem, mas de alguma forma nega. Mesmo assim, cabe-nos a pergunta: o que é a inveja? A fácil definição contrasta com nossa dificuldade em mantê-la distante de nós. De acordo com o Os Guinnes, a “inveja é o desgosto pelo bem alheio”. Ou pode ser também aquele “sentimento que seu alvo é humilhar a superioridade de outrem e trazê-lo ao nosso nível”.
Certamente, a insegurança quanto nossa identidade nos empurra para a inveja. Não termos certeza de que somos amados ou que somos importantes apesar do que “não temos”, nos direciona a questionar nossa posição diante dos outros, afinal, quando entendemos prontamente quem somos, não precisamos gastar tempo em desqualificar os outros em detrimento de nós mesmos.
No entanto, sou otimista: nem sempre nos mantemos invejosos por muito tempo. Prefiro acreditar que somos bons o bastante para querermos o bem para o outro, mas volta e meia somos assediados com dardos inflamados de inveja por aqueles que estão à nossa volta, sendo que muitos desses são pessoas que amamos.
Em contrapartida, a mensagem do Evangelho nos direciona ao oposto da inveja, à compaixão e solidariedade. O convite do “chorar com os que choram e alegrar com os que se alegram” alimenta nossa alma e castra nosso egoísmo diante da urgência em notar o outro. Se somos tentados a sentir “tristeza pelo bem alheio”, a compaixão é a tristeza pelo mal do outro. Se a inveja abre nosso riso para comemorar o desastre do próximo, a solidariedade nos impulsiona a celebrar a bondade com o nosso irmão.
Assim, o contraponto da inveja (compaixão) gera em nosso coração as qualidades necessárias para a transformação da nossa mente. Que a inveja nunca se torne um imperativo em nossa vida. No máximo, que seja uma exceção no nosso dia-a-dia. Que a compaixão e a solidariedade nos encontre sempre nesta caminhada.
Por Gustavo Bianch
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