Semeando a esperança

Olhando as palavras hebraicas traduzidas como “esperança” no português aprendemos que há muito significado e valor que por vezes passam despercebidos. Châsâh e bât ach têm uma associação direta com os termos refúgio, esconderijo e segurança; chûl chı̂yl em outras passagens é traduzido como dançar ou gingar mas em Lm 3:26 está escrito “Bom é ter esperança (chûl chı̂yl), e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.” A palavra hebraica kesel literalmente significa víceras ou entranhas porém no SL 78:7 é dito “a fim de que pusessem em Deus a sua esperança (kesel), e não se esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos”. Também o termo tiqvâh que aparece no SL 71:5 “Pois tu és a minha esperança (tiqvâh), Senhor Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade.” Poderia ser literalmente compreendido como corda ou junta de ligação. Devemos entender a esperança como as raízes de uma árvore antiga, aquela parte que se afunda em solo seguro e permite o crescimento sadio e estável.
Por isso, ela deve ser semeada para no fim ceifarmos a vida eterna. Deve ser sempre nova, podendo renovar as nossas forças. Deve ser viva, podendo vivificar-nos do nosso cansaço. A esperança deve ser internalizada, devemos ser como que “envicerados”, ou seja arraigados pelas nossas víceras, em Deus por meio da esperança. Deve ser evidente, mudando o nosso semblante, fazendo de nós pessoas alegres, gratas. A esperança deve ser um cordão, um elo entre o agora e o porvir, entre nós e Deus. A esperança deve ser uma dança, uma ginga a nos conduzir entre as duras realidades que, por enquanto, nos cercam.
Por nos transportar no tempo a uma realidade muito mais absoluta, a realidade prometida por Deus, à terra firme, é que temos a esperança por âncora da alma, firme e segura. Prossigamos a semear a certeira esperança.
Por Liz Valente
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