Sobre o sentido da vida

Compromisso UPA 2013 - azul=serviço, amarelo=imaginação, vermelho=amor, preto=testemunho

Quando o psiquiatra judeu Viktor Frankl encontrou-se num campo de concentração alemão, roubado dos seus direitos básicos, confrontado diariamente pelos horrores da miséria humana, resistiu pela força da imaginação. Foi imaginando-se escrevendo livros e ministrando palestras que sobreviveu. Sua mente era levada diariamente às páginas de papel em branco sobre a qual fazia anotações a respeito do que vivia, e às mesmas páginas imaginárias recorria para recuperar suas forças nos dias mais difíceis.

O  que Deus espera de mim? O que Deus espera de nós? Segundo Viktor Frankl estas são as perguntas corretas que deveríamos fazer diante da vida. “Quando a circunstância é boa,” diz, “devemos desfrutá-la; quando não é favorável devemos transformá-la e quando não pode ser transformada, devemos transformar a nós mesmos.” Em sua percepção o que havia em comum aos sobreviventes era justamente a capacidade de manter a humanidade mesmo em meio aos sofrimentos mais grotescos. Para isso havia somente um caminho, inverter a pergunta. Ao invés de questionar, o que esperavam de Deus, diante da dor. Perguntavam o que Deus esperava deles diante da dor, assim conseguiam extrair sentido do sofrimento.

Esse exemplo extremo nos ajuda a caminhar hoje. Ainda que não estejamos sujeitos às mais cruéis das circunstancias, dia a dia, provamos amarguras, insatisfações e frustrações. É bem possível que movidos por um egoísmo discreto permaneçamos na velha pergunta “o que eu espero de Deus?”. Quando oramos, muitas vezes não pedimos a  direção de Deus, pedimos apenas que ele nos abençoe no que estamos a fazer.

Vamos agora tentar perceber o mundo sob a ótica Frankliana. Tentemos responder a questão primária: E aí? O que Deus espera de nós? Será que invertendo a pergunta viveremos de maneira mais humana mesmo no século 21? Será que nossas ações farão mais sentido se estiverem harmonizadas com os mandamentos do criador? Será que as circunstancias se integrarão numa narrativa que tem um fim a ser cumprido?

Ps: reflexão da primeira reunião da UPA de 2013


Por Liz Valente

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