Os Ensinamentos do “Pai Nosso”
"Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome. Venha o Teu reino. Faça-se a Tua vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. E perdoa-nos nossas dívidas assim como temos perdoado aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, pois Teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém." Mateus 6:9-13
A
Bíblia nos diz, que Jesus ensinou essa oração, conhecida como “Pai Nosso”, aos
seus discípulos em duas situações. Na primeira, Jesus queria mostrar aos
discípulos que eles não deveriam fazer orações para mostrar aos outros sua devoção, mas sim para adorá-Lo e para pedir bênçãos, como vemos no trecho
acima. Em outra ocasião os seguidores de Jesus pediram-no que os ensinasse a
orar, e ele deu o “Pai Nosso” como modelo. Porém essa oração não
serve apenas como exemplo para pedirmos ao Pai, mas também como mandamento de
Deus. Afinal seria incoerente orar o “Pai Nosso” se não pedirmos o que ela nos recomenda de forma sincera, e se não tivermos em mente os ensinos de Jesus. Em cada trecho
dessa oração podemos ver um pouco do que Jesus espera de nós, e, se prestarmos
atenção, podemos aprender sobre a vontade do Senhor para nós.
“Pai
nosso que estás nos céus”
No
início da oração podemos ver o amor de Deus, e que ele também quer que nós o
amemos, Jesus nos pede para chama-Lo de Pai, o que nos mostra que ele quer nos
educar e cuidar de nós (Jo 15:15), e que tenhamos comunhão, sejamos irmãos em
Deus, afinal trata-se do “pai nosso” e não apenas do “pai meu”. Também vemos nesse início
a soberania de Deus na afirmação de que ele está nos céus, um lugar acima de nós onde Ele governa o mundo (Is 45:5-7).
“Santificado
seja o Teu nome”
Esse
trecho reforça um dos pontos mais mencionados da Bíblia, a adoração. Jesus pede
que logo após a invocação adoremos a Deus, algo que faz parte dos mandamentos,
e é ordenado diversas vezes ao longo das escrituras sagradas (Dt 6:15; Sm 67).
O trecho também nos lembra do terceiro mandamento, mostrando a importância que
tem o nome do Senhor (Dt 5:11).
“Venha
o Teu reino. Faça-se a Tua vontade, assim na Terra como no Céu.”
Essa
parte da oração lembra que nós devemos ser submissos a Deus, reconhecer que ele
tem todo o poder, e sua vontade é soberana, seja na terra ou no céu, afinal, não faria
sentido pedir isso a Deus se não reconhecêssemos que a vontade Dele é superior
à nossa, que ele sabe o que é bom (Jó 38). Além disso, Jesus nos pede que
aguardemos o momento no qual o Reino de Deus virá sobre nós. (Rom 8:17-19, 12:2; Ap 21:1-3)
“O
pão nosso de cada dia dá-nos hoje.”
Nesse
trecho, Jesus manda que reconheçamos nossa dependência em Deus, e possamos nos
entregar nas mãos do Pai que cuida de nós e nos protege (Lc 12:24-28), fazendo
isso, nós reconhecemos a grandeza de Deus. E a oração não fala apenas do pão
que nos alimenta, mas também do próprio Jesus, que afirmou: “Eu sou o pão da
vida.” (Jo 6:48-51), sendo assim, devemos confiar em Deus não só para que supra
nossas necessidades nessa vida, mas também para que nos dê a salvação que só
Jesus pode dar (Jo 6:12-13).
“E
perdoa-nos nossas dívidas assim como temos perdoado aos nossos devedores.”
Logo
após terminar de ensinar a oração a seus discípulos Jesus disse: “Porque, se
perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará;
se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos
perdoará as vossas ofensas”. (Mt 6:14-15) Esse ensinamento nos mostra a
importância do perdão, Jesus afirma que Deus perdoa nossos pecados, mas exige
de nós a capacidade de perdoar os outros, refletindo a imagem dele (Gn
1:26-27). Jesus reafirma várias vezes em
seus ensinamentos que é muito importante perdoarmos quem nos ofendeu (Mt
18:21-35; Lc 7:40-48), ao perdoarmos estamos retribuindo o dom gratuito de Deus,
quem nos dá a vida eterna apesar de pecarmos (Rom 6:23).
“E
não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, pois Teu é o reino, o
poder e a glória para sempre. Amém."
No
final do “Pai Nosso”, Jesus nos ensina que oremos por proteção contra o pecado,
que roguemos para não cair em tentação, e isso é algo que Ele quer de nós, que
nos esforcemos para não pecar, e contemos com o fortalecimento de Deus quando
passarmos por tentações (Mt 26:41; 1 Cor 10:13). A sabedoria é outra coisa que
nos ajuda a não cair em tentação. Aprendemos isso com Jesus, quando Ele fora
tentado, usando o conhecimento nas escrituras foi capaz de fugir à tentação,
ele conhecia a vontade de Deus e respondeu às tentações usando sua sabedoria
(Mt 4:1-11).
Podemos ver refletidos no “Pai
Nosso” muitos princípios da crença cristã. Essa oração, apesar de ser um ótimo
modelo de como adorar e pedir ao Senhor deve ser sincera e coerente com nossas
vidas. Não devemos pedir coisas que não queremos realmente, então, com a ajuda
do Espírito Santo devemos adequar nossa vontade a de Deus.
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rom 12:2)
Por Thiago Pereira Maia, 17 anos e membro da UPA IPV. A reflexão surgiu de um bate papo na reunião da UPA sobre a oração do 'Pai Nosso'.
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