Confissão de Fé de Westminster




Uma galera da UPA está fazendo classe de catecúmenos (uma classe da escola dominical destinada a novos convertidos e/ou interessados em professar a fé cristã, para estudar as doutrinas básicas do cristianismo). Para compreender melhor as doutrinas da fé cristã iremos disponibilizar no UPAPO, toda sexta-feira, uma parte da Confissão de Fé de Westminster, dessa forma poderemos ler e discutir juntos o seu conteúdo nos nossos encontros.

A Confissão de Fé de Westminster é uma confissão de fé reformada, de orientação calvinista. Adotada por muitas igrejas presbiterianas e reformadas ao redor do mundo, esta Confissão de Fé foi produzida pela Assembléia de Westminster e aprovada pelo parlamento inglês em 1648.

É importante ressaltar que, apesar de toda a sua relevância para os reformados, a Confissão de Fé não está no mesmo nível da Escritura Sagrada, ficando sempre subordinada a Bíblia!

Para quem quiser conhecer a história da Confissão de Fé de Westminster, segue o link do artigo Puritanos e Assembléia de Westminster, de Alderi Souza de Matos (historiador da Igreja Presbiteriana do Brasil).

CONTEÚDO

I- ESCRITURA SAGRADA

I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo.

Referências - Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19.

II. Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes, todos dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e de prática:

O VELHO TESTAMENTO

Gênesis                 Esdras                         Oséias
Êxodo                   Neemias                       Joel
Levítico                 Ester                            Amós
Números               Jó                                Obadias
Deuteronômio       Salmos                         Jonas
Josué                    Provérbios                    Miquéias
Juízes                    Eclesiastes                    Naum
Rute                     Cântico dos Cânticos    Habacuque
I Samuel               Isaías                            Sofonias
II Samuel              Jeremias                       Ageu
I Reis                    Lamentações                Zacarias
II Reis                   Ezequiel                       Malaquias
I Crônicas             Daniel
II Crônicas                 

O NOVO TESTAMENTO

Mateus                 Efésios                         Hebreus
Marcos                Filipenses                      Tiago
Lucas                   Colossenses                  I Pedro
João                     I Tessalonicenses          II Pedro
Atos                     II Tessalonicenses         I João
Romanos              I Timóteo                      II João
I Coríntios            II Timóteo                     III João
II Coríntios           Tito                               Judas
Gálatas                 Filemon                         Apocalípse

Ref. Ef. 2:20; Apoc. 22:18-19: II Tim. 3:16; Mat. 11:27.

III. Os livros geralmente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem parte do cânon da Escritura; não são, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou empregados senão como escritos humanos.

Ref. Luc. 24:27,44; Rom. 3:2; II Pedro 1:21.

IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus.

Ref. II Tim. 3:16; I João 5:9, I Tess. 2:13.

V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações.

Ref. I Tim. 3:15; I João 2:20,27; João 16:13-14; I Cor. 2:10-12.

VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas.

Ref. II Tim. 3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14.

VII. Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvação, em um ou outro passo da Escritura são tão claramente expostas e explicadas, que não só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas.

Ref. II Pedro 3:16; Sal. 119:105, 130; Atos 17:11.

VIII. O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e assim em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal; mas, não sendo essas línguas conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas Escrituras e que deve no temor de Deus lê-las e estudá-las, esses livros têm de ser traduzidos nas línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem, a fim de que a palavra de Deus, permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável e possuam a esperança pela paciência e conforto das escrituras.

Ref. Mat. 5:18; Isa. 8:20; II Tim. 3:14-15; I Cor. 14; 6, 9, ll, 12, 24, 27-28; Col. 3:16; Rom. 15:4.

IX. A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente.

Ref. At. 15: 15; João 5:46; II Ped. 1:20-21.

X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura.

Ref. Mat. 22:29, 3 1; At. 28:25; Gal. 1: 10.


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