A depressão em adolescentes e o Facebook

Em Facebook Depression: a new risk for teens, Mark Kelly desperta nossa atenção para a influência da internet, e particularmente das redes sociais, no estado de ânimo dos adolescentes. O artigo é relevante para pais, líderes de adolescentes e conselheiros.

Fiquei intrigado, recentemente, quando li o artigo Facebook Depression seen as new risk for teens em CBS News. Eu havia acabado de ler The Next Story, de Tim Challies, e já estava sensibilizado no que diz respeito ao potencial da mídia social para causar prejuízos na vida dos jovens. Alguns destaques do artigo de CBS News:

● os adolescentes que já estão “pra baixo” parecem ficar ainda mais abatidos depois de lerem as atualizações de status dos seus “amigos” que, aparentemente, indicam momentos bons e felizes;
● eles avaliam a si mesmos comparando o seu total de “amigos” à contagem de amigos dos outros;
● eles chegam à conclusão de que talvez não estejam à altura dos demais quando lêem os perfis “distorcidos” de seus “amigos” do Facebook;
● eles ficam vulneráveis a depressão, cyberbullying, molestamento e outros riscos on-line por meio das redes sociais.

Como os pais devem reagir à informação de que seus adolescentes ficam expostos à depressão em consequência de sua experiência no Facebook?

Uma das coisas que tanto os pais como os adolescentes devem entender é que qualquer forma de depressão deve ser tratada ou acabará por derrubar a pessoa. Muitos dos sentimentos de depressão são enganosos e bem difíceis de combater. É trabalhoso pensar em lidar com algo desagradável, especialmente quanto não sentimos vontade de fazer nada.

Como cristãos, somos chamados a uma nova maneira de viver — não mais com base em nossos sentimentos (tampouco ignorando nossos sentimentos, como veremos logo mais), mas com base naquilo que acreditamos ser verdade e agindo de acordo com essa crença. A Palavra de Deus é a única coisa que, com certeza, sabemos ser a verdade. Deus nos chamou para vivermos de determinada maneira. Precisamos acreditar que esta é a melhor maneira de viver e, então, agir com base em nossa crença. Podemos, simplesmente, chamar isto de “fé”. O escritor da Epístola aos Hebreus diz: “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos… [ou poderíamos até dizer ‘daquilo que não sentimos’]” (Hb 11.1). Muitas vezes, não “sentimos” vontade de viver e fazer aquilo que Deus manda, mas sabemos que devemos viver e agir dessa forma porque a Escritura é clara.

Estes são alguns possíveis exemplos com os quais os adolescentes que sofrem de depressão ao navegar no Facebook poderiam se identificar.

● O sentimento: “Eu me sinto como se ninguém quisesse ser meu amigo. Eu me sinto abandonado e sozinho no Facebook, mesmo com os ‘amigos’ que tenho.”
● A verdade: O Salmo 27.10 diz que mesmo que sua mãe e seu pai abandonarem você, o Senhor ainda o acolherá. Deus quer ter um relacionamento com você. Hebreus 13.5,6 confirma que Jesus nunca nos abandonará.
● O sentimento: “Eu me sinto insignificante e desnecessário. Meus amigos têm um propósito na vida, eu não.”
● A verdade: Você tem um propósito de vida. Você foi criado com o propósito de glorificar o Deus Criador (Is 43.7)! Em tudo que fizer, mesmo no Facebook, você deve sempre buscar a glória de Deus (1Co 10.31). O objetivo de sua vida é agradar a Deus (2Co 5.9), e se Ele o chamou para fazer isso, Ele irá equipar você para fazer o que deve (Hb 13.20-21).

E quanto aos sentimentos? O que eles revelam a respeito do adolescente?

Precisamos entender que a capacidade de termos emoções e sentimentos é dada pelo nosso Criador. Como vivemos em um estado caído, devido ao pecado, não podemos confiar em nossos sentimentos, mas reconhecemos que eles revelam quem nós somos “de verdade”. O que a depressão dos adolescentes pode revelar a respeito do seu coração? Esta é apenas uma amostra de uma lista de problemas do coração com os quais os adolescentes podem estar lutando.

● O desejo de agradar aos outros. Quando eles são desprezados no Facebook, esse desejo faz com que sintam que ficaram aquém do esperado ou foram malsucedidos perante seus amigos.
● O desejo de receber a aprovação de homens. Este desejo está intimamente ligado àquele que acabamos de mencionar. Qual será a reação dos adolescentes se eles não receberem a aprovação de seus amigos? O que isso revela sobre seu alvo de vida?
● O desejo da alimentar a autopiedade. Este desejo é forte no coração dos adolescentes. ”Já que ninguém se importa comigo, então vou apenas ter pena de mim mesmo.” O eu passa a ser a pessoa mais importante em suas vidas. Será que esta é uma pesrpectiva adequada da vida cristã?
● O desejo de evitar conflitos. Este desejo do coração do adolescente pode levá-lo a aceitar tacitamente e se expor facilmente ao cyberbullying. Os adolescentes precisam aprender a lidar com os conflitos de maneira bíblica. Os pais devem estar cientes de quaisquer circunstâncias inseguras que os adolescentes enfrentem e dispostos a ajudá-los a superá-las biblicamente.
● O desejo de rebaixar os outros e elevar a si mesmo. Quando outros o caluniam, ridicularizam ou usam outra forma de fala degradante, é fácil reagir à pessoa e não lidar com o problema. Nossos adolescentes precisam ser lembrados de que a comunicação bíblica é graciosa e não reacionária (Ef 4 e Cl 3).

Como os seus adolescentes podem ficar livres da “depressão do Facebook”?

Eles precisam…
● Saber que o Espírito Santo os ajuda e fortalece em qualquer sofrimento que enfrentem.
Romanos 5.3-5 diz: “Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu. De fato, no devido tempo, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu pelos ímpios”.
● Entender que esse pode ser um teste para a sua fé, para revelar a sua confiança em Deus.
Deus está presente na provação (Is. 43.1,2).
● Ser proativos em viver biblicamente no Facebook.

Não há lugar para desistir. Nunca é tempo de desistir!

Deus não desiste. Ele está determinado a completar a obra que começou em cada um de nós. Podemos encontrar conforto nesta verdade (Fp 1.6).

Publicado Originalmente por Conexão Conselho Bíblico

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