Nossa vida: sustentável ou insustentável?
Por Heliel G. Carvalho
“O desenvolvimento sustentável não é uma maneira de
fazer é uma maneira de ser”, esta frase, dentre outras, foi reafirmada diversas
vezes pela Ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva em visita ao
Centro Universitário de Anápolis-GO/UniEvangelica.
Nunca se ouviu falar tanto, como ultimamente, em
sustentabilidade, sustentável, desenvolvimento sustentável. Enquanto, para uns,
este parece ser um conceito novo, outros começam a se cansar de ouvi-lo e ainda
outras pessoas físicas e jurídicas usam o termo para tirar proveito sem sequer
saber da essência do mesmo. A sustentabilidade se apoia num estilo de vida,
muito mais do que na emergência de se propor um conjunto de ações. Daí a
dificuldade de se digerir o conceito para que o mesmo se transforme numa
maneira de ser.
Para facilitar o entendimento do significado de
sustentabilidade utilizo o dicionário, depois, ao conceito através de exemplos.
Sustentável, vem do latim, sustentare e significa sustentar, apoiar,
conservar, suportar, que se pode sustentar, mantendo-se constante ou estável
por um longo período. “O desenvolvimento é sustentável quando se trata de
não-decrescimento da média de vida” (ASHEIM, Geir B. Sustainability, The World Bank,
1994). A palavra sustentável é usada desde 1965 significando “capaz de ser
continuado em determinado nível” (www.etymonline.com).
Eis um conceito interessante para sustentável.
Assim podemos pensar desde algumas questões simples
até as mais complexas envolvendo a capacidade do funcionamento continuado de
projetos, do meio ambiente e da sociedade:
· Não
oferecer as crianças acesso a casa, saúde, educação, alimentação e vida
cultural é insustentável, já crianças no seio de suas famílias, com acesso a
tais bens é sustentável;
· Jogar
lixo no chão é insustentável, manter a cidade e seus ambientes limpos é
sustentável;
· A
opressão do homem sobre a mulher e vice-versa é insustentável, o tratamento
amoroso e com apoio mútuo é sustentável;
· A
corrupção é insustentável em qualquer nível (do político que desvia milhões, ao
motorista que compra o flanelinha para estacionar no local proibido), já a
eliminação dessa prática, dentre outras, é um grande impulso a sustentabilidade;
· Não
ter tempo para o descanso, assim como ter tempo demais para descanso; não
trabalhar e querer viver a custa de outros é insustentável, ao contrário, ter
trabalho e remuneração digna, com o devido tempo para descanso é sustentável;
· A
discriminação de pessoas devido a sua raça, gênero, credo e gostos gera uma
sociedade insustentável, mas o tratamento digno e igualitário a torna
sustentável;
· Não
dar o devido valor ao planeta terra, como a nossa casa, não percebendo a
importância da biodiversidade e da diversidade cultural na sua relação com o
todo é insustentável, ao contrário, agir com consciência que os recursos naturais
se esgotam e a diversidade cultural e biológica é essencial à vida é
sustentável;
· Ter
uma boa relação com Deus, com o próximo e o meio é a essência da
sustentabilidade.
É possível apontar vários outros aspectos da
existência que a tornam sustentável ou não, como o uso indevido de drogas, do
álcool, o preconceito dentre outras. Vale lembrar. Para mudar uma prática é
preciso mudar o conceito que impulsiona a ação. Não existe nada mais difícil do
que rever conceitos e transformá-los em ações renovadoras. Para isso precisamos
abandonar os conceitos errados de nossa geração e como disse o jurista Paulo de
Tarso: deixar “que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente
de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom,
perfeito e agradável a ele.” Que o
Eterno nos sustente.
Rev.
Heliel G. Carvalho
Coordenador da Capelania Institucional
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