De palavra em palavra
De palavra em palavra a gente vai
criando e recriando nossa comunidade. Porque “as palavras têm o
poder de criar e é este poder criativo que precisamos resgatar na
vida comunitária”, já disse o pastor Ricardo Barbosa.
O que falamos tem o maravilhoso
potencial de juntar nós e tecer os que compõem nossa igreja.
Palavras de perdão, de cuidado, de acolhimento, de exortação. Mas o
contrário também é verdadeiro: o verbo dito irresponsavelmente
(fofocas, mentiras e “meias verdades”, frases egocêntricas) pode causar
rasgos quase irreparáveis. Não é à toa que Tiago é tão alarmante: “A
língua é um fogo; é um mundo de iniquidade” (Tg 3.6).
Jesus acerta em cheio: “A boca fala do
que está cheio o coração” (Mt 12.34). Para Cristo tudo começa é no
coração mesmo. Daí ele ter denunciado tão radicalmente a
hipocrisia presente no descompasso entre o que falamos e o que fazemos.
Devemos ter cuidado com as palavras,
não apenas porque isso faz parte de algum tipo de código de boa
convivência, mas também porque devemos honra àquele que é a
Palavra (Jo 1.1-5) e de quem provém tudo que é puro, justo e
santo. Se nosso discurso envergonha a fonte de todo bem, o
melhor mesmo é cairmos em silêncio voluntário até aprendermos a
falar, de verdade.
Lissânder Dias
Blog Fatos e Correlatos
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