Embaixadores de Cristo
“Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se
Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio.” (2Co 5. 20).
A principal tarefa da Igreja é a
pregação. Não só sua tarefa primordial como também a sua mais desesperada
necessidade nos dias de hoje. Os púlpitos estão vazios de verdadeira pregação,
o que encontramos na grande maioria são mensagens paliativas em um ambiente de
culto, cujo objetivo central, é proporcionar entretenimento. Sim, a religião
sempre correu o risco de tornar-se mero entretenimento, desde os dias dos
festivais pagãos nas antigas Grécia e Roma. Ainda hoje, a religião também pode
servir a este expediente, oferecer horas aprazíveis com boa música, ambiente
acolhedor, uma mensagem estimulante, com atrações variadas. Neste contexto a
pregação não ocupa a primazia na vida da Igreja. Poesias, testemunhos
impactantes apelam para as emoções (sobretudo se partir de artistas, atletas e
etc.), danças, jogral, teatros, longos louvores e por aí vai, ocupam grande
parte do programa litúrgico. Quando a
Igreja abre mão da centralidade da Palavra e da Pregação, essencialmente ela
vai deixando de merecer e de ser chamada de Igreja, pois ela abre mão da
sua missão especial e especializada, que não possui concorrentes entre as
seitas, religiões, instituições, governos ou quaisquer outras agências, ainda
que legítimas. Cabe somente à Igreja
proclamar as excelências de Cristo. Somente a Igreja recebeu especial e tamanha
comissão de apresentar o insondável plano de amor e salvação em Cristo. Somente
a Igreja possui autoridade e legitimidade para confrontar o pecado, denunciar
as estruturas pecaminosas e levar o pecador a reconhecer o seu estado de
miséria. À Igreja, e a ninguém mais, concedeu Deus o ministério da
reconciliação entre Deus e o homem pecador por meio do anuncio gracioso da
Salvação. Ela detém o poder das chaves e
realiza este poder quando prega com fidelidade as Escrituras. Evidentemente que
a pregação quando realizada com zelo e fidelidade, por mais dura e exigente,
por si só produz um culto espiritual, um ambiente onde se testemunha a
maravilhosa e excelsa presença de Deus e a ação consoladora e transformadora do
Espírito Santo. Evidentemente, onde a Palavra de Deus ocupa seu lugar de
primazia e centralidade, haverá lugar para as manifestações da estética que
redundem e expressem a glória de Deus. O lirismo e a poesia serão apreciados
como expressão de devoção e amor, e, o louvor prestará a seu fim supremo:
A Exclusiva Adoração a Deus! Onde as Escrituras são expostas de maneira
fidedigna, os problemas e os dramas humanos são tratados em profundidade, sem
paliativos, o Espírito que sempre acompanha a Palavra, ministra no mais
profundo das almas e consciências, penetrando zonas e lugares que nenhum
terapeuta ou medicamento poderiam jamais alcançar. Assim, onde a Escritura é soberana o homem é mais feliz. Neste
sentido entendemos que a Igreja é mais que uma simples agência ou instituição
religiosa, ela é uma espécie de Embaixada do Reino. Somos todos, sem exceção,
Embaixadores de Cristo. Não possuímos uma opinião própria. Não emitimos nossos
conceitos. Não recebemos comissão e autorização para dar o nosso ponto de vista
à luz de nossas experiências pessoais. Não. Somos Embaixadores, representantes
dos interesses e dos negócios do Rei do Reino, o Senhor Jesus Cristo. Falamos
em nome de dele e só podemos falar a partir da Bíblia, por meio da pregação
ordinária e docente (púlpito) e por meio do testemunho e do compromisso pessoal
em viver o que cremos e aprendemos. A história prova e comprova que as maiores
transformações sociais e os maiores avanços humanitários seguiram os tempos de
avivamento e redescoberta das Escrituras Sagradas: hospitais, sanatórios,
Universidades, Ensino básico gratuito, a democracia moderna, o ressurgimento
das artes e etc. A religião quando subestima a autoridade da Palavra de Deus e
a tira de seu centro vital na liturgia e na vida, produz Cruzadas, guerras,
perseguições, obscurantismo intelectual, intolerâncias raciais e étnicas e o
que é pior, torna-se refém de seu tempo e da cultura dominante, perdendo assim
sua vocação profética e tornando-se instrumento de alienação a serviço do pensamento
dominante.
Ouçamos o conselho de Billy Grahan: “Estude a Bíblia para ser sábio; Creia nela para ser salvo; Siga seus preceitos para ser santo.”
Por Rev. Luiz Fernando
Publicado originalmente em Igreja Presbiteriana Central de Itapira
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